terça-feira, 11 de maio de 2010

Davina Maria Pereira (Iyá Davina)


Davina Maria Pereira, conhecida como Iyá Davina, (Salvador, 1880 — 1964) foi uma Iyalorixá do Candomblé.

No dia 24 de julho de 1910, foi iniciada por Procópio Xavier de Souza, mais conhecido como Procópio d'Ogum, no Ilê Ogunjá, situado no Baixão, antigo Matatu Grande, em Salvador.

Filha de Omolu e Oxalá, muda-se, ainda na década de 1920, para a cidade do Rio de Janeiro, juntamente com seu marido, Theóphilo Pereira, ogan do Ilê Ogunjá. Possuirá, no bairro da Saúde, sua primeira residência no Rio de Janeiro. Lá, abrigará inúmeros conterrâneos de mudança para o Rio, ficando, tal casa, popularmente conhecida como "Consulado Baiano". Já nessa época, existia no Rio de Janeiro um famoso terreiro de candomblé, situado na Rua Barão de São Félix, número 174, dirigido pelo renomado pai-de-santo João Alabá.

A este, Iyá Davina irá se juntar. Alguns historiadores confirmam que tal terreiro havia sido fundado por Bamboxê Obiticô. João Alabá fora iniciado na Bahia (desconhece-se em qual terreiro). Cultuava grande amizade com sacerdotes baianos, entre estes: Joaquim Vieira da Silva, mais conhecido como Tio Joaquim.

Por ele, foram iniciadas Carmen do Xibuca e quase todos os membros da familia de Tia Ciata (de sobrenome Jumbeba). Do mesmo terreiro baiano onde fora iniciado, vieram Vicente Bankolê e sua esposa Tia Pequena (esta, pernambucana do Recife) que, após o falecimento de Alabá, herdariam os assentamentos de seu orixá - Omolu - e deslocariam o terreiro da Gamboa para Bento Ribeiro, e, logo depois, para a Baixada Fluminense - criando, assim, a Sociedade Beneficente da Santa Cruz de Nosso Senhor do Bonfim, mais conhecida como Casa-Grande de Mesquita, e que seria a primeira comunidade-terreiro de candomblé a estabelecer-se na Baixada Fluminense.

Iyá Davina, logo na mudança para Bento Ribeiro e após o falecimento de Alabá, torna-se a Iya Kekerê do terreiro. Em 1950, após o falecimento de Tia Pequena, se tornará a última iyalorixá da casa, vindo a falecer em 1964.

Sua neta biológica, Meninazinha d'Oxum, herda seus assentamentos e funda, em 24 de julho de 1967, a Sociedade Civil e Religiosa do Ilê Omolu Oxum, situada, num primeiro momento, na Marambaia de Nova Iguaçu e, depois, transferida para São Mateus, São João de Meriti, no Estado do Rio de Janeiro.

Iya Davina participará da fundação de inúmeros terreiros no Rio de Janeiro. Entre estes: o Terreiro Bate Folha de João Lessengue, o Axé Opô Afonjá de Mãe Agripina, o Terreiro de São Gerônimo e Santa Bárbara, de Mãe Senhorazinha; o Ilê Nidê, de Seu Ninô d'Ogun. E vem a ser, também, madrinha de orunkó de Pai Zézinho da Boa Viagem.

Fato que tão bem ilustra os vínculos criados entre migrantes baianos e cidadãos cariocas, determinantes para a preservação, manutenção e criação de novas e velhas tradições culturais.

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