terça-feira, 11 de maio de 2010

Maria das Mercês dos Santos (Mãe Cotinha de Yewá)


Maria das Mercês dos Santos ou Mãe Cotinha de Yewá ( - julho de 1947) foi uma Iyalorixá Brasileira.

Foi iniciada no candomblé aos 13 anos de idade pelo babalorixá Pai Antonio de Oxumare, era casada com Arsênio, Ogan do Oxaguian de Tia Massi da Casa Branca e irmã de Hilário Bispo dos Santos. Foi a segunda Iyálorixá da Casa de Oxumare.

Maria das Mercês dos Santos. Foi iniciada para Yewa aos 13 anos de idade por Antônio de Osumare. Tinha como irmão biológico Hilário Bispo dos Santos, que futuramente seria de grande importância para o Ase Osumare. Sabe-se que em 1937 surgiu a União das Casas Afro-brasileiras em Salvador-BA, uma espécie de federação que visava registrar e fiscalizar os terreiros. Iya Cotinha de Yewa recusou-se a registrar o Ile Ase Osumare. O argumento mais provável seria o cuidado que Iya Cotinha possuía para que a casa não fosse exposta e viesse a sofrer perseguições do poder público baiano, uma vez que na época o Candomblé era uma religião perseguida e discriminada.
Este acontecimento nos elucida e nos faz compreender que em 1930 o Ase Osumare estava em fortes atividades e em pleno vigor de culto. Iya Cotinha era casada com Sr. Arsênio, Ogan da Casa Branca, Ogan do Osojiyan de Iya Massi.Segundo alguns, Iya Cotinha era uma mulher tímida e calma, sem muito apavoramento em seus feitos, portanto, os mais velhos também dizem que ela resolvera estes problemas, tomando muitas vezes a frente da casa para lutar por seus objetivos. Segundo eles, Iya Cotinha tornou-se irreverente, lutadora, e não possuía papas na língua. Dentre inúmeros filhos iniciados por ela, destacam-se: Dona Baiana – Oba Tosi, que morreu aos 102 anos; Maria das Neves Encarnação – Oya Biyi; José Bispo dos Santos – Pai Bobó; Teodora de Yemanjá; Nair de oxalá, irmã de Teodora; Egbomi Menininha, mãe de Teodora; Francelina de Ogun; Dona Miudinha de Osun; Simplícia de Ogun; Tomazia de Osun; Urbano, Ogan de Yewa, que morre em janeiro de 2001; Ogan Cadu, Ogan de Yewa, falecido recentemente; Ogan Garrincha, Ogan de Yewa; Ogan Paizinho, Otun Alabe de Yewa; Ogan Manuel, Osi Alabe de Yewa; Ogan Possidônio, Alabe de Yewa; Maria Silvia de Assis, Ekeji Mariazinha de Oxalá; Entre outros. Iya Cotinha de Yewa morre em julho de 1947.

Iyá Nassô Oyo Akalagmabo


Iyá Nassô ou Iyá Nassô Oyo Akalagmabo Olodumare, africana considerada uma das fundadoras da primeira casa de candomblé da tradição nagô no Brasil. O Ilè Asé Airá Intilè ou Candomblé da Barroquinha, que depois mudou o nome para Ilê Iyá Nassô Oká, funcionava numa roça na Barroquinha, dentro do perímetro urbano de Salvador. Iyá Nassô foi a primeira Iyalorixá da Casa Branca do Engenho Velho.

Davina Maria Pereira (Iyá Davina)


Davina Maria Pereira, conhecida como Iyá Davina, (Salvador, 1880 — 1964) foi uma Iyalorixá do Candomblé.

No dia 24 de julho de 1910, foi iniciada por Procópio Xavier de Souza, mais conhecido como Procópio d'Ogum, no Ilê Ogunjá, situado no Baixão, antigo Matatu Grande, em Salvador.

Filha de Omolu e Oxalá, muda-se, ainda na década de 1920, para a cidade do Rio de Janeiro, juntamente com seu marido, Theóphilo Pereira, ogan do Ilê Ogunjá. Possuirá, no bairro da Saúde, sua primeira residência no Rio de Janeiro. Lá, abrigará inúmeros conterrâneos de mudança para o Rio, ficando, tal casa, popularmente conhecida como "Consulado Baiano". Já nessa época, existia no Rio de Janeiro um famoso terreiro de candomblé, situado na Rua Barão de São Félix, número 174, dirigido pelo renomado pai-de-santo João Alabá.

A este, Iyá Davina irá se juntar. Alguns historiadores confirmam que tal terreiro havia sido fundado por Bamboxê Obiticô. João Alabá fora iniciado na Bahia (desconhece-se em qual terreiro). Cultuava grande amizade com sacerdotes baianos, entre estes: Joaquim Vieira da Silva, mais conhecido como Tio Joaquim.

Por ele, foram iniciadas Carmen do Xibuca e quase todos os membros da familia de Tia Ciata (de sobrenome Jumbeba). Do mesmo terreiro baiano onde fora iniciado, vieram Vicente Bankolê e sua esposa Tia Pequena (esta, pernambucana do Recife) que, após o falecimento de Alabá, herdariam os assentamentos de seu orixá - Omolu - e deslocariam o terreiro da Gamboa para Bento Ribeiro, e, logo depois, para a Baixada Fluminense - criando, assim, a Sociedade Beneficente da Santa Cruz de Nosso Senhor do Bonfim, mais conhecida como Casa-Grande de Mesquita, e que seria a primeira comunidade-terreiro de candomblé a estabelecer-se na Baixada Fluminense.

Iyá Davina, logo na mudança para Bento Ribeiro e após o falecimento de Alabá, torna-se a Iya Kekerê do terreiro. Em 1950, após o falecimento de Tia Pequena, se tornará a última iyalorixá da casa, vindo a falecer em 1964.

Sua neta biológica, Meninazinha d'Oxum, herda seus assentamentos e funda, em 24 de julho de 1967, a Sociedade Civil e Religiosa do Ilê Omolu Oxum, situada, num primeiro momento, na Marambaia de Nova Iguaçu e, depois, transferida para São Mateus, São João de Meriti, no Estado do Rio de Janeiro.

Iya Davina participará da fundação de inúmeros terreiros no Rio de Janeiro. Entre estes: o Terreiro Bate Folha de João Lessengue, o Axé Opô Afonjá de Mãe Agripina, o Terreiro de São Gerônimo e Santa Bárbara, de Mãe Senhorazinha; o Ilê Nidê, de Seu Ninô d'Ogun. E vem a ser, também, madrinha de orunkó de Pai Zézinho da Boa Viagem.

Fato que tão bem ilustra os vínculos criados entre migrantes baianos e cidadãos cariocas, determinantes para a preservação, manutenção e criação de novas e velhas tradições culturais.

Elizabete Bonsaver (Betinha de Oyá)


Elizabete Bonsaver ( 22 de junho de 1949) mais conhecida como Betinha de Oyá. Iyalorixá do Candomblé, iniciou-se na nação Angola com Zambonanguê em Santa Cruz da Serra, do axé Tumba Junçara. Após o falecimento de seu babalorixá, mudou de águas para a nação Ketu e deu sua obrigação com Jurema d'Omolu, filha de Egbome Dila do axé Opô Afonjá. O Ile Oya Ife,fica no bairro de Monjolos, em São Gonçalo no Rio de Janeiro.

Adeildo Paraíso da Silva - Ivo do Xambá


Adeildo Paraíso da Silva - Ivo do Xambá, completou 40 anos de iniciação no Culto aos Orixás. Nascido em 06 de agosto de 1953, filho da inesquecível Severina Paraíso da Silva - Mãe Biu do Portão do Gelo, 2ª Iyalorixá do Terreiro Santa Bárbara. Mãe Biu o manteve sempre ao seu lado, ensinando os rituais e as tradições religiosas da Nação Xambá. Ainda criança, já cantava e tocava para os Orixás e, aos dez anos de idade, foi iniciado, sendo consagrado a Oxum.

Com o falecimento de Mãe Biu, em 1993, Ivo assume, junto com sua tia Donatila Paraíso do Nascimento - Mãe Tila, os destinos da Casa, fundada por Maria Oyá, iniciada pelo Babalorixá alagoano Artur Rosendo Pereira, que introduziu a Nação de Candomblé Xambá em Pernambuco, na década de 1920. Falecendo Mãe Tila, em março de 2003, Ivo assume a direção do Terreiro, com a responsabilidade de preservar o Culto aos Orixás, segundo os ritos do Povo Xambá.

Conciliando sua atuação de líder classista, como presidente do Sindicato dos Estivadores de Pernambuco, Ivo do Xambá destaca-se entre os Babalorixás de Pernambuco, como uma das principais lideranças religiosas da Comunidade Afro-descendente.

Inês Joaquina da Costa



Inês Joaquina da Costa - morreu em 1905, foi a fundadora do Sitio de Pai Adão por volta de 1875.

Hilário Remídio das Virgens (Ojuobá)


Hilário Remídio das Virgens ou Ojuobá, (Salvador, 13 de janeiro de 1884 — Rio de Janeiro, ?), filho de Regino José das Virgens e Josefa Valentina em uma senzala localizada na Freguesia de Santo Antônio, região da antiga Salvador - Bahia.

Nasceu livre, graças a Lei do Ventre Livre, e desde sua mais tenra idade, começou a ser preparado pelo seu avô, Unjibemin, que se transformara em um importante Babalorixá, para dar continuidade aos fundamentos e axés da família. Filho de Oxalufã, mas com o eledá entregue à Ayrà, como foi determinado pelo Ifá de seu avô e pai-de-santo.

Hilário aos 7 (sete) anos de idade sofreu uma bolação, isto é, entrou em transe completo ocasionado pela incorporação violenta do seu Orixá Aiyrá, tendo sido iniciado no candomblé (nação Ketu), por volta de 1891. Ele nunca disse seu verdadeiro Orunkó, ou seja, o nome de Orixá ou como se fala na nação Angola - “Dijína”); no entanto, recebeu o título ou Ijoyê de Ojuobá, Oyê (título) africano dado àqueles que se tornassem altos zeladores e dignitários do culto de Xangô.

Como a família possuía otás (pedras de assentar Orixás) diretamente vindos da Nigéria, o seu Orixá foi assentado em um precioso otá de Xangô (Edun Ará), trazido da África pelo seu avó e pai de santo Unjibemin.

Em 1894, morre Unjibemin deixando seu neto e filho de santo entregue aos seus pais carnais, para que os mesmos dessem continuidade às suas obrigações e ao aprimoramento dos conhecimentos fundamentais dos orixás, como também do idioma Iorubá, que passou a dominar fluentemente, apesar de não saber ler nem escrever o português.

Fez, no ano de 1899, a obrigação de tiragem de Mão de Vumbe com a Mametu Nkisi Maria Rufino Duarte, conhecida como Mariquinha Lembá (?-1928), filha de Lembá e praticante da nação de Angola. Permaneceu como filho de santo de D. Mariquinha durante 29 anos, período este em que se aprofundou nos fundamentos do ritual de Angola sem, entretanto, desprezar os conhecimentos de Ketu adquiridos através de seu avô, Unjibemin.

D. Mariquinha ou Mariazinha de Lembá era parente e irmã de santo de outra grande Iyalorixá de Angola, D. Maria Nenem, de onde se originaram famílias importantes como Ciriáco do Omolú, Terreiro Tumba Junçara e de Bernardino de Oxalá, Terreiro Bate Folha.

Entretanto, em 1928 morre D. Mariquinha e, mais uma vez, Ojuobá faz obrigação de tiragem de Mão de Vumbi com o importante Babalorixá Florzinho da Encarnação, Babajibé, filho de Oxalufã, praticante da nação Ketu e patriarca de uma das mais importantes famílias do Candomblé do Brasil - a "família Encarnação" -, aprofundando ainda mais seus conhecimentos de raiz familiar e do ritual Ketu.

Entre 1910 e 1930 consta que, Hilário além de funcionário da Faculdade de Medicina da Bahia, no cargo de servente, foi companheiro da famosa mãe de santo do Opô Afonjá, Ana Eugênia dos Santos - Obábiyi - de Xangô Ogodô, uma das mais proeminentes Iyalorixás do Candomblé, tendo vivido com ela por um bom tempo; consta também que participava dos rituais internos e de barracão do Candomblé do Gantois juntamente com o Ogan africano de lá, pai Bibiano, tendo sido com este um dos principais defensores da ascensão de Dona Menininha do Gantois ao poder daquela casa, em 1925, com apenas 26 anos de idade, o que foi muito contestado por outras correntes daquele Axé na ocasião.

Por volta dos anos 50, Ojuobá conhece o jornalista Mário Barcelos em uma festa no Gantois, nascendo neste momento uma grande amizade e admiração mútua, o que resultou na aceitação de Mário como filho de santo e conduzindo-o à obrigação de santo, feita pelo velho Hilário Ojuobá, prioritariamente no ritual Ketu, mas com fundamentos e direitos para a nação Angola, a partir do que foi adquirido por Hilário com Mariquinha Lembá. Isto se justifica porque a nação Angola era a mais divulgada e de mais prestígio na época no Rio de Janeiro, o que levou Mário Barcelos a optar por ela ao montar sua casa de santo no Rio de Janeiro.

Mário Barcelos era de Xangô de Ouros (em Ioruba Oworô) tendo recebido a dijína de Obateleuá (na verdade um nome de santo de nação Ketu e não Angola). Consta que somente duas famílias de santo no país tinham fundamentos e sabiam lidar com este tipo de Xangô: a família de Hilário Ojuobá que tinha o nome de Casa Amarela; e o famoso Felipe Mulexê, que era iniciado para este Xangô, sendo também irmão de Felisberto Sowzer (o pai de santo e Babalaô Benzinho), ambos amigos de Ojuobá e netos de Bangboshê Obitikô, o famoso Babalaô nigeriano que ajudou a constituir o culto Ketu na Bahia.

Em 1958, devido a problemas profissionais, Mário Barcelos retorna à cidade do Rio de Janeiro com sua família, levando consigo seu Pai de Santo Ojuobá.

Hilda Dias dos Santos (mãe Hilda Jitolu)


Hilda Dias dos Santos, a mãe Hilda Jitolu, (Cosme de Farias (antiga Quinta das Beatas), 6 de Janeiro de 1923 - 19 de Setembro de 2009) era Iyálorixá do candomblé Jeje.

A Iyalorixá Hilda Jitolu é do Candomblé, da nação Jeje-Mahi, é filha de Cassiano Manuel Lima, seu terreiro era localizado na Caixa d'Água.

A Iyalorixá Mãe Tança, continuou os trabalhos das obrigações de Hilda Jitolu. O nome Jitolu foi dado a Mãe Hilda no dia 24 de dezembro de 1942.

Cassiano Manuel Lima faleceu em 14 de dezembro de 1944, dois anos depois de ter feito as obrigações religiosas da sua filha Jitolu.

O terreiro Ilê Axé Jitolu foi fundado no dia 6 de janeiro de 1952.

A ação social da Iyalorixá Mãe Hilda Jitolu se desenvolve em vários domínios de produção político-cultural. Foi, e é decisiva, a sua contribuição para a linha filosófica de trabalho do Ilê Aiyê.

Nacionalmente, Mãe Hilda incentivou a criação do Parque Memorial Zumbi dos Palmares, em Alagoas.

E, a partir de 1995, o Projeto de Extensão Pedagógica do Ilê Aiyê começa a atuar além das instâncias educativas do Bloco - nas escolas públicas do bairro da Liberdade - sempre a partir dos ensinamentos de Mãe Hilda: preservar e expandir os valores da cultura africana no Brasil.

Sua morte aconteceu na manhã de sábado, 19 de Setembro 2009, aos 86 anos, em um hospital de Lauro de Freitas, com problemas cardíacos. Em ritual próprio do candomblé denominado de axexe, a ialorixá Mãe Hilda Jitolu, líder espiritual do bloco afro Ilê Aiyê, foi sepultada na manhã de domingo, dia 20 de Setembro, no cemitério Jardim da Saudade. Filhos de santo ligados ao terreiro Ilê Axé Jitolu permaneceram em vigília durante a noite velando o seu corpo, por volta das 8 horas da manhã, se reuniram em torno do caixão para entoar os cânticos e dar início ao cortejo fúnebre. Orixás incorporados acompanhavam o cortejo, que seguiu até a entrada da rua do Curuzu no bairro da Liberdade. A cerimônia continuou no Jardim da Saudade e, por volta das 10h30, foi sepultada na presença de inúmeras pessoas, todas vestidas de branco. O prefeito João Henrique esteve no sepultamento e decretou três dias de luto oficial em Salvador. O governador Jaques Wagner também esteve no terreiro e prestou homenagens a Mãe Hilda.

Giselle Cossard Binon - Omindarewa -



Giselle Cossard Binon - Omindarewa, Iyalorixá do Candomblé do Rio de Janeiro. Também conhecida por Mãe Giselle de Iemanjá. Filha de santo de Joãozinho da Goméia, iniciada para o Orixa Iemanja, antropóloga e escritora, Franco-brasileira.

Gisele Cossard nasceu em 1923 em Tanger, no Marrocos, onde seu pai atuava como militar. Sua família a criou na fé católica, sendo que eram de classe média alta, republicanos e cultos. Seu pai era professor primário e a mãe, professora de música e pianista do Conservatório de Paris.
Tendo sido enviado para aquela ponta extrema da África, que era na época um protetorado francês, durante a Primeira Guerra Mundial (1914- 1918), seu pai acabou fascinado pelo país e permaneceu por lá até 1925 - quando retornou à França com a mulher e a filha. Gisele diz não guardar lembranças daquele período, mas, segundo o pesquisador Michel Dion, autor da biografia Omindarewá - Uma Francesa no Candomblé (Editora Pallas), a suntuosa coleção de objetos de arte que seus pais trouxeram daquele país africano, bem como suas histórias fantásticas, constituíram para ela "uma interminável fonte de deslumbramento".

Em 1939, com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, seu pai foi preso e deportado para a Alemanha, quando Gisele e demais familiares tiveram de abandonar a casa para fugir do exército de Hitler. Gisele entrou para a resistência francesa, onde atuou como espiã: com sua bicicleta, atravessava as linhas do front ao sul de Paris e fornecia aos militares franceses informações sobre as posições alemãs. Ela se lembra de ter passado muita fome nesse período. No fim da guerra, em 1945, pesava apenas 42 quilos. Foi nesse ano que seu pai voltou da prisão, a família restabeleceu-se e ela casou-se com Jean Binon. Em 1949, Gisele partiu com o marido para uma estadia de oito anos pela África. Percorreu o interior da República dos Camarões e descobriu uma iguaria impensável: peixe defumado no azeite de dendê. Na travessia de um rio, viu africanos atirando moedas na água em sinal de oferenda e achou tudo muito exótico.

Em 1956 retornaram à França onde, porém, permaneceram por pouco tempo, já que o marido foi nomeado para a Embaixada da França no Brasil, cuja capital ainda era o Rio de Janeiro. Gisele comemorou, pois sempre sentira uma atração muito forte pelo Brasil e pela cultura brasileira.

Assim que chegou, aprendeu rapidamente o português e fez vários amigos. Começou a ler Jorge Amado e passou a compreender a permanência da África no Brasil, os vários vínculos que nos uniam àquele continente. Sentiu, com muita força, a presença dos orixás no Brasil.Quanto mais se inseria na vida brasileira, mais sentia nela a presença africana. "As cestas trazidas da feira em cima da cabeça; a música que está sempre presente em todos os lugares, nas ruas, nas lojas, na praia, ritmada por tambores (…). E também porque todo mundo está sempre dançando"[3]

Como ela, seus filhos se adaptaram rapidamente ao Rio de Janeiro, fizeram muitos amigos e passaram até a jogar futebol na rua. Estranhamente, seu marido sentia uma aversão muito grande pelo Brasil, pelos brasileiros e pela cultura afro-brasileira; esta dicotomia não tardou em gerar problemas ao seu casamento.

Foi em 5 de dezembro de 1959, na casa de Joãozinho da Goméia, que Gisele "bolou no Santo", ou seja, recebeu pela primeira vez a orixá. Houve um período inicial de hesitação, logo superado porém e, após 21 dias de recolhimento Giselle Cossard Binon se tornou Omindarewá, que quer dizer "água límpida".

Em 1963, já iniciada, separou-se do marido e partiu para a França para defender uma tese sobre candomblé na Sorbonne. Lá conheceu Pierre Verger, de quem se tornou amiga.

Tendo se tornado professora universitária, tentou levar uma "vida normal" na França mas, em 1972, não suportando a saudade de sua "pátria do coração", o lugar onde criou os filhos e onde se tornou Mãe de Santo, voltou ao Brasi e foi trabalhar como conselheira pedagógica no Serviço Cultural Francês.

Giselle explica esta saudade como sendo uma nostalgia profunda, quase uma dor física, que maltrata a alma e oprime os sentidos, e que os escravos denominavam banzo.[4]

No dia de dezembro de 1973, Gisele sofreu um grave acidente de carro. Dada a gravidade de seu estado, acabou desenganada pelos médicos e sendo levada por Pierre Verger à casa de Balbino Daniel de Paula - Balbino de Xangô - Obaraim, iniciado no Opô Afonjá, terreiro de Joãozinho da Goméia - que se propôs então a ajudá-la.

É ela mesma quem conta:"Onze dias depois do acidente, era o meu aniversário de iniciação e ele fez questão de preparar as oferendas para Iemanjá. Mesmo estando eu gravemente acidentada, sem poder me mexer, sem poder andar, meu orixá veio, dançou em meu corpo e Balbino encantou-se com ele. Nossa ligação se estreitou e ele acabou sendo meu segundo babalorixá"

Sua casa Ile Axé Atara Magba está localizada em Santa Cruz da Serra, na cidade do Rio de Janeiro e mãe Gisele conta com mais de 400 filhos de Santo. Até hoje, com mais de 80 anos de idade, está à frente do ile axé, tornando a cada dia a religião dos orixas uma das mais respeitadas e importantes no cultivo das tradições Africanas no Brasil.

"Em 30 anos, a mãe-de-santo viu sua pátria adotiva se transformar. Depois de sofrer dois assaltos à mão armada no terreiro - em um dos quais seu filho Claude, que estava de visita, levou uma coronhada e teve o tímpano perfurado - , concluiu que a violência é hoje o grande demônio brasileiro. "Eu vi tudo piorar", diz ela. "Era tão bonito antes, tão agradável…" E o futuro, infelizmente, não está nos búzios de Omindarewá."

Francisco Rufino das Virgens (Unjibemin)

Francisco Rufino das Virgens ou Unjibemin, (Nigéria, ? - Salvador, 1894) foi um ex-escravo brasileiro.

Segundo a tradição oral do Candomblé Unjibemin chegou ao Brasil por volta de mais ou menos 1810 em Pernambuco com seus irmãos carnais Ogi ôlade, Odé Obalatan, Yra Obalajô e Oba Obarain apenas Odé Obalatan e Yra Obalajô não ficaram em Pernambuco, pois Unjibemin e Oba Obarain foram vendidos a outros senhores, desta forma chegaram em Salvador-Bahia, por volta de 1835 como escravos e diziam ser da etnia Eketu descendente de Óyo proveniente de uma região dedicada ao culto do Vodun Obaluaiyê e de Xangô, localizada na fronteira da Nigéria com o reino do Dahomei porem com as as guerras os povos e tribos levarão ele seus irmãos e descendentes migrarem para as margens de Abeokutá onde com permição de yemonjá ogum té e juntos com descendentes de Oyó ,Ifé e Egbas que fundaram Abeokutá criaram uma tribo chamada Iniyawurá onde os patriarcas são : xango , obaluyae , oxolufã e a matriarca é yemanja ogum té e o guardião Ogum, já que a cidade de abeokuta e cidade de ogum.

Batizado mais tarde no catolicismo, como era exigido dos negros escravos, com o nome de Francisco Rufino das Virgens, em homenagem ao seu primeiro “senhor” e à Maria, Nossa Senhora, santa de grande devoção.

Teve vários filhos, entre eles Regino José das Virgens, filho de Ogum e responsável pela guarda dos axés da família. Regino se uniu à escrava africana Josefa Valentina, filha do orixá Oxum, e desta união nasceu, entre outros, em 13 de janeiro de 1884, Hilário Remídio das Virgens em uma senzala localizada na Freguesia de Santo Antônio, região da antiga Salvador.

Este negro escravo iniciou seu culto ao Orixá Obaluaiyê ainda numa senzala, mas logo conseguiu comprar sua liberdade e se tornou alforriado. Constituiu família e estabeleceu casa de culto Terreiro na Freguesia de Santo Antônio. Além de zelador de Orixá (babalorixá), era Babalawo, com excelente jogo de búzios e Opelê-Ifá.

Fortunata Maria da Conceição (Baiana do Pina)

Fortunata Maria da Conceição mais conhecida como Baiana do Pina. Foi uma sacerdotisa das religiões afro-brasileiras filha de Oxum e Oyá, no Xangô do Recife, dizia-se proveniente da Costa da África em entrevista a Pedro Cavalcanti, em 1932, teria morado no Rio de Janeiro, Bahia e Alagoas. [1] e finalmente fixou residência no Recife. Foi a primeira iyalorixá de José Gomes de Lima - Zézinho da Boa Viagem, que mais tarde foi iniciado por Tata Fomotinho em São João de Meriti, Rio de Janeiro.

Floripes Correia da Silva Gomes (Mam'etu Mabeji)


Floripes Correia da Silva Gomes mais conhecida como Mam'etu Mabeji, baiana do bairro da Liberdade, sacerdotisa do Candomblé Bantu, iniciou-se no candomblé em 20 de abril de 1947 e foi a sucessora de João Lessengue no Terreiro Bate Folha do Rio de Janeiro.

Felisberto Américo Sowzer ( Benzinho )

Felisberto Américo Sowzer ou Benzinho filho de Maria Julia Andrade Sowzer, criado em Lagos, veio para o Brasil com o sobrenome Sowzer (corruptela de Souza), casou-se e teve três filhas Caetana, Irene e Regina. Foi um dos mais famosos babalawos no Brasil, faleceu em 1933 no Rio de Janeiro.

Felipe Sabino da Costa ( Pai Adão )


Felipe Sabino da Costa - Pai Adão - (1877-1936), foi o quarto babalorixá do Terreiro Obá Ogunté também conhecido como Sitio de Pai Adão faz parte do Xango do Recife localizado em Recife, Pernambuco. Esse terreiro é a mais antiga casa de culto Nagô de Pernambuco, fundado pela Tia Ignês Ifatinuké, africana, junto a grandes sacerdotes do culto nagô como Otolú Byioká, Zé Quirino, Silveirinha, Obarindê, Apary, Xangô Lary (tantos outros que não podem ser invisibilisados por suas contribuções históricas) foi tombado pelo Patrimônio histórico de Pernambuco.

Eugênia Anna Santos ( Mãe Aninha- Ọbá Biyi )


Eugênia Anna Santos, Mãe Aninha, Ọbá Biyi, (Salvador, 13 de julho de 1879 — Salvador, 3 de janeiro de 1938) Iyalorixá, fundadora do terreiro de candomblé Ilê Axé Opô Afonjá em Salvador e no Rio de Janeiro.


Eugênia Anna Santos[1] nasceu no dia 13 de Julho de 1879, às dez horas da manhã, na rua dos Mares 76, em Salvador, Bahia. Filha de Sérgio José dos Santos (chamado em gurunsi Aniió), brasileiro, e Leonídia Maria da Conceição Santos (chamado em gurunsi Azambrió), brasileira. Não há informação sobre os avós paternos e maternos. Seu registro de nascimento fora efetuado pela própria Eugênia Anna Santos, no cartório do sub distrito do Paço, rua do Tingui 97, CEP 40040-380, Salvador, Bahia, no dia 7 de Junho de 1937.[2]

Foi iniciada na nação de Ketu em 1884, aproximadamente, pela iyalorixá Marcelina da Silva,[3] Obá Tossi, na rua dos Capitães, residência de Maria Júlia Figueiredo,[4] Omonikê. Maria Bibiana do Espírito Santo, Mãe Senhora, Oxum Muiwà, conta que depois da morte de Marcelina da Silva, Eugênia Anna Santos, fez santo Afonjá no Engenho Velho,[5] com Tia Teófila,[6]Bamboxê[7] e Tio Joaquim.[8] Indagada sobre essa segunda feitura no santo, Maria Bibiana do Espírito Santo afirmou que “isso tinha que ser feito, porque Xangô deu dois nomes na terra de Tapa, Ogodô e Afonjá”.

Fundou o Ilê Axé Opô Afonjá no Rio de Janeiro em 1895 e em Salvador em 1910. Em 1936, reinaugurou o Ilê Iyá,[9] instituiu o Corpor de Obá de Xangô (Ministros de Xangô) com Martiniano Eliseu do Bonfim,[10][11] lançou a pedra fundamental no novo barracão Ilê N'Lá e fundou a Sociedade Cruz Santa, no Ilê Axé Opô Afonjá em Salvador. Em 1937, participou do II Congresso Afro-Brasileiro em Salvador, a convite do escritor e etnólogo Edison Carneiro. Influenciou Getúlio Vargas, na promulgação do Decreto-Lei 1.202, no qual ficava proibido o embargo sobre o exercício da religião do candomblé no Brasil - contou com a ajuda de Oswaldo Aranha, seu filho-de-santo e chefe da Casa Civil e do Ogan Jorge Manuel da Rocha.

Começou a mostrar-se doente em junho de 1936. Seu último barco, com suas últimas filhas-de-santo, saiu no dia 13 de dezembro de 1937. No dia 3 de janeiro de 1938, às quinze horas, ela faleceu - vítima de arteriosclerose, conforme atestado apresentado por seu médico Dr.Rafael Menezes -, na casa de Iyá no Ilê Axé Opô Afonjá. Às dezenove horas, o corpo foi transportado, em carro mortuário, do Ilê Axé Opô Afonjá para a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no centro histórico de Salvador, Pelourinho, onde ficou exposto até as quinze horas do dia seguinte, quando saiu o cortejo fúnebre. No dia 4 de janeiro de 1938 foi sepultada no Cemitério da Quinta dos Lázaros, Irmandade de São Benedito, com todas as formalidades de praxe do candomblé e da religião católica. Então, seguiu-se o axexê no Ilê Axé Opô Afonjá. Em 3 de Janeiro de 1945, foi realizada a obrigação de Aku (ou obrigação dos sete anos), para o espírito de Eugênia Anna Santos, o último dos compromissos da Sociedade para que a sua Iyá Obá Biyi obtivesse luzes e descanso eterno. Eugênia Anna Santos repousa num mausoléu, oferecido pela Sociedade Cruz Santa Opô Afonjá, no Cemitério da Quinta dos Lázaros, Irmandade de São Benedito, Salvador, Bahia.

Eugenia Anna Santos , comprou a roça de São Gonçalo do Retiro em 1909 e lá fundou o Ilê Axé Opô Afonjá. Deoscóredes Maximiliano dos Santos , Mestre Didi, em seu livro História de Um Terreiro Nagô , escreve: [11]

"(...) Aninha Iyá Obá Biyi residia na Ladeira do Pelourinho n.77, junto à Igreja de Nossa Senhora do Rosário, onde tinha posição de destaque, não só nas irmandades ali existentes como também na Igreja da Barroquinha. Foi quando, por ordem do seu eledá Xangô, comprou uma roça no alto de São Gonçalo do Retiro, onde organizou seu terreiro, fazendo uma grande casa para todos os orixás e as pessoas velhas que a acompanhavam, e realizando logo a inauguração do novo terreiro, denominado "Axé Opô Afonjá", com a iniciação de Agripina Souza, filha de Xangô. Agripina veio a ser a Iyalorixá do Axé Opô Afonjá do Rio de Janeiro, situado e funcionando em Coelho da Rocha, Axé que lhe foi dado pela velha Aninha e que é uma espécie de sucursal carioca do Axé Opô Afonjá, casa matriz de onde ele nasceu. No dia 27 de agosto de 1911, já com tudo mais ou menos organizado, foi feita a iniciação de Vevélha, filha de Oxun, e, em 7 de setembro, de Inezinha, filha de Oxalá, e de Faustina, filha de lansan. A essa altura, lyá Obá Biyi já havia iniciado por suas próprias mãos 23 pessoas (sem contar as que foram iniciadas em casas particulares, e outras dentro do Axé, cujos nomes não chegaram ao conhecimento público por motivo ignorado) e mais 20 homens, como Alabê, Axogun, Ogan, etc. Existia também grande quantidade de pessoas sem postos na casa mas que tomavam parte e acompanhavam todo o ritual do Axé. Daí, Iyá Obá Biyi, com sua boa vontade, seu espírito batalhador e a ajuda de todos que a acompanhavam, continuou a construir o Axé, fazendo casas nos assentos já existentes para Exu, para Oxalá, esta com um quarto para as Ayabá, para a Iemanjá denominada Ilê lyá, onde Mãe Aninha adorava Iyá n'ilê Grunci (a mãe da terra dos Grunci, na África), outra para Obaluaiyê, além da de Oxossi e da casa de Ilê Ibó Akú (casa de veneração aos mortos), que ficou situada perto da casa de Obaluaiyê, pelos lados de baixo da roça."

Em 1921, Eugenia Anna Santos foi para a casa de José Theodório Pimentel , Balé Xangô, [26] em Itaparica. Mãe Aninha era muito amiga da família Pimentel. José Theodório Pimentel ajudava Mãe Aninha desde os tempos da Ladeira da Praça. Essa viagem foi muito importante porque é a evidência de que Mãe Aninha fez a ponte entre o Ilê Axé Opô Afonjá em Salvador e o culto aos Eguns em Itaparica e nessa casa fez a iniciação tanto de Mãe Senhora quanto de Mãe Ondina, filhas do mesmo barco, [27] suas sucessoras no Ilê Axé Opô Afonjá. Deoscóredes Maximiliano dos Santos , Mestre Didi, em seu livro História de Um Terreiro Nagô , escreve: [11]

"Em 1921, Iyá Obú Biyi , Aninha, foi para a casa de José Theodório Pimentel (Balé Xangô), em Itaparica, fazer a iniciação da filha do dono da casa, Ondina Valéria Pimentel, filha de Oxalá - mais tarde, Iyá Kekerê do Axé; de Senhora, filha de Xangô; de Filhinha, de Oxun; de Túlia, de Iemanjá, e de Vivi, de Obaluaiyê. Tirou esse barco de iyawôs com a ajuda de sua irmã lesse-orixá Fortunata de Oxossi (Dagan), mãe legítima de Silvânia, filha de Airá, a Iyámorô do Axé Opô Afonjá."

Mãe Aninha estava cercada de pessoas de sua confiança e sabia delegar. Em 1934, Mãe Senhora também já demonstrava grande espírito de liderança, conforme segue o relato de Deoscóredes Maximiliano dos Santos , Mestre Didi, em seu livro História de Um Terreiro Nagô : [11]

"Mesmo na ausência de Aninha, prosperava o Axé, dirigido por pessoas de sua confiança. Assim, em 1934, por ocasião das festas de ano das Águas de Oxalá, estando Iyá Obá Biyi no Rio, foi feita a remodelação de um barracão de palha que havia em frente a casa de Oxalá, e Senhora, a então Osi Dagan, mandou construir uma casa para Oxun, seu cledá, ao lado da casa de Oxossi, para que os festejos fossem realizados conforme o calendário.

Em junho de 1935 , Eugenia Anna Santos voltou do Rio de Janeiro para Salvador. Mandou desmanchar o barracão de palha em frente a casa de Oxalá para construir outro bem maior, mais acima, ao lado da atual porteira de acesso ao terreiro.
No dia 29 de junho de 1936, instituiu o Corpo de Obá (ou Ministros de Xangô), tradição só conservada na Bahia no Ilê Axé Opô Afonjá. Mestre Didi comenta: [11]

"O restabelecimento da antiga tradição dos Obás de Xangô veio dar ainda maior prestígio ao Opô Afonjá e demonstrar as qualidades e conhecimentos da Iyalorixá Aninha Iyá Obá Biyi."

No dia 8 de novembro de 1936, Mãe Aninha, Obá Biyi, fundou a Sociedade Cruz Santa no Ilê Axé Opô Afonjá.
Mãe Stella escreve sobre os tempos de Mãe Aninha : [18]

"Iyá Oba Biyi era muito zelosa com coisas de hierarquia e awo. Tinha um grupo de filhas-de-santo mais velhas, e umas tantas quantas senhoras idosas, as Àgba, responsáveis pela educação direta das filhas-de-santo. Depois da iniciação, mãe Aninha as deixava aos cuidados das velhas senhoras. Tia Catú-Ayrá Tolá, filha-de-santo de mãe Aninha, na força de seus noventa e dois anos, nos conta muitas histórias. Ai da filha-de-santo que resolvesse passar por cima da hierarquia, indo queixar-se diretamente à Mãe-de-Santo! Não tinha nem graça... O grupo de Àgba, a que me referi, tinha de educar as iniciadas. Se estas não se comportassem muito bem, a culpa era atribuída à incompetência das mestras. O professor responde pelos discípulos, não é assim mesmo? Daí o zelo das mais velhas em transmitir conhecimentos que tinham recebido de seus mais velhos, aos mais moços. Ninguém ia querer receber uma advertência da Mãe-de-Santo, tendo a satisfação de mostrar que davam conta do recado, sabiam das coisas! Se a Iyalòrisa entregava seu filho a uma Ojúbòna, para tomar conta, é que confiava naquela pessoa, sentindo-se, até, desmoralizada em caso de falhas da mãe-pequena do Iyawó. Por tal motivo, procurou preencher seu Egbé com os cargos inerentes a um Ase. Sendo ela mestra maior, orientou a todos com sua força de caráter e disciplina."

Marcos Santana oferece uma proposta de como estaria formada a hierarquia do Ilê Axé Opô Afonjá em 1938:[13]

1. Iyalorixá - Obá Biyi
2. Iyá Kekerê - Iwin Tonã
3. Iyá Dagã - Odé Gidê
4. Iyá Morô - Ayirá Bayi
5. Ossi Dagã - Oxum Muiywá
6. Otun Dagã - Maria Otun de Ossanhe[28]
7. Ajimuda - Ojeladê
8. Balé Xangô - Bamboxê, Essa Obiticô / José Teodoro Pimentel
9. Êssa Oburô - Obá Sañya
10. Assobá - Bopê Oiá
11. Iyá Egbé - Airá Tola
12. Oganlá - Ajagun Tundê
13. Olopndá - Vevelha
14. Sobaloju - Obá Kayodê

4. Últimos dias
Deoscóredes Maximiliano dos Santos , Mestre

Euclides Menezes Ferreira ( Pai Euclides Talabyian )

Euclides Menezes Ferreira ou Pai Euclides Talabyian como é mais conhecido, é (de Oxaguian c/Oxum). É o babalorixá fundador e responsável pela Casa Fanti Ashanti, uma casa de candomblé da nação Jeje-Nagô fundada em 1954, juntamente com Mãe Isabel (de Xangô com Oxum), a casa está localizada no bairro do Cruzeiro do Anil, em São Luís, estado do Maranhão, Brasil.

Eduardo Antonio Mangabeira (Eduardo de Ijexá)

Eduardo Antonio Mangabeira mais conhecido como Eduardo de Ijexá era um Babalorixá de Candomblé da Nação Ijexá, no bairro de Brotas, na Bahia.

Neto de africanos, falava fluentemente o iorubá. Segundo Jorge Amado, "O último dos grandes babalawos, zelava pelos orixás em seu terreiro fechado, não permitia visita de turistas, longe de tudo, no recato e na dignidade de suas funções de guardião dos orixás na nação ijexá, o venerando babalorixá conservava o axé, guardava o segredo, impedia que o mistério fosse violado e degradado; Aos noventa anos. Parece uma árvore frondosa, parece um rei, revestido da maior dignidade. Eduardo de Ijexá, pai de sua nação.".

Eduardo Daniel de Paula (Ojé)

Eduardo Daniel de Paula foi um alabá do Culto aos Egungun, filho do ojê Manoel Antonio Daniel de Paula, que teve vários filhos no Brasil, formando o clã dos Daniel de Paula dos quais se destacaram:

Os alabás Eduardo, Antonio, Olegário (pai do alabá "Roxinho") e o alapini Pedro que é pai de Balbino Daniel de Paula, que foi iniciado no candomblé, culto dos orixás no Ilê Axé Opô Afonjá, por Maria Bibiniana do Espírito Santo, Mãe Senhora, é o babalorixá que fundou o Ilê Axé Opô Aganjú, na Bahia. A maioria das mulheres com oyê (cargo) no Culto aos Egungun são filhas-de-santo do babalorixá Balbino de Xangô. Os ojê Manoel Antonio Daniel de Paula e João Boa Fama foram os fundadores do Ilê Agboulá.

Edelzuita de Lourdes Santos de Oliveira

Iya Edelzuita de Oxalá - Edelzuita de Lourdes Santos de Oliveira - Iyalorixá do Candomblé, originária do terreiro da Mãe Menininha do Gantois, em Salvador, foi para o Rio de Janeiro (RJ) em 1968, onde abriu sua casa de santo.

Em 1.977, fez parte do elenco do filme: A Força de Xangô, ao lado de Grand Otelo, Elke Maravilha, Ivone Lara.

Iyá Edelzuita é representante atuante no governo federal, oferecendo ao segmento de matriz africana, visibilidade, reconhecimento e também respeito de outras lideranças religiosas, pois o Brasil é laico (Possui Liberdade Religiosa ).

Em 2007 - Formou-se Bacharel em Direito na Universidade Gama FilhO.

Preside o Instituto Nacional e Órgão Supremo Sacerdotal da Tradição e Cultura Afro Brasileira - INAEOSSTECAB, o qual em 1.986, recebeu em nosso país o Presidente da África do Sul Nelson Mandela.

Foi através da equipe politizada, membros atuantes de sua instituição que conquistou-se ao Candomblé uma Data Comemorativa no Calendário Oficial das Cidades.

São Paulo. 30 de Setembro - DIA DAS TRADIÇÕES E RAÍZES DE MATRIZ AFRICANA E NAÇÕES DO CANDOMBLÉ - sob Lei 14.342/07

* Evento Cultural : AS ÁGUAS DE SÃO PAULO

Largo do Paissandú - Estatúa da Mãe Preta. Homepage: www.asaguasdesaopaulo.com

Recebendo uma mensagem pessoal do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, parabenizando pelo pioneirismo e também pela sábia atuação.

No Estado do : Rio de Janeiro : Lidera o Evento Cultural - Lavagem do Bonfim o qual é tombado no Arquivo Geral da Cidade .

Em 2006, conquistou através do intermédio do Dep Estadual Paulo Ramos a sanção da Lei n.5.297/08, oficializando do Dia das Tradições e Raízes de Matriz Africanas e Nações do Candomblé em Âmbito Estadual.

Maria Romana Moreira (Romana de possú)

Maria Romana Moreira ou Gaiaku Posusi Rumaninha ( - 1956) morreu com 115 anos de idade, foi uma sacerdotisa do candomblé Jeje do Terreiro do Bogum que foi fundado por Ludovina Pessoa natural da cidade Mahi (marri), foi escolhida pelos Voduns para fundar três templos na Bahia.

Evangelista dos Anjos Costa (Mãe Gamo Lokossi)


Evangelista dos Anjos Costa, Mãe Gamo Lokossi ou Doné Nicinha - (Salvador, 27 de dezembro de 1911-1994) - era filha biológica de Doné Runhó. Foi a terceira Iyalorixá de Candomblé do Terreiro do Bogum em Salvador, Bahia.

Doné Nicinha assumiu a direção do Terreiro do Bogum em 14/01/1978, três anos após a morte de Mãe Runhó.

Domingos dos Santos (Alapini)


Domingos dos Santos, Alapini do Ilê Babá Agboulá, é neto de Eduardo Daniel de Paula, fundador dessa casa de Egungun que fica em Ponta de Areia, na Ilha de Itaparica.

Djalma Souza Santos (Djalma de Lalu)

Djalma Souza Santos mais conhecido como Djalma de Lalu, foi um babalorixá iniciado no Candomblé por Tata Fomotinho.

A história contada pelos antigos é que Djalma foi recolhido para ser iniciado para o Orixá Oxóssi, mas Exú Lalú veio e avisou Tata Fomotinho que o dono da cabeça era ele e não Oxóssi, e mesmo assim Tata Fomotinho teimou e o iniciou para Oxóssi, que saiu na sala mas na hora do Orukó (nome do santo) quem deu o nome Bará Seji Lonan, foi Exú.

Dionísia Francisca Régis

Dionísia Francisca Régis (Salvador, ? de ?) foi a quarta iyalorixá do Terreiro do Alaketu, mãe de Olga Francisca Régis mais conhecida como Mãe Olga do Alaketu, iyalorixá do terreiro.

Deoscóredes Maximiliano dos Santos (Mestre Didi)


Deoscóredes Maximiliano dos Santos (Salvador, 2 de dezembro de 1917) é um escritor, artista plástico, e sacerdote afro-brasileiro.

Conhecido popularmente como Mestre Didi, é filho de Maria Bibiana do Espírito Santo e Arsenio dos Santos.

Seu pai Arsenio dos Santos, pertencia à "elite" dos alfaiates da Bahia, mais tarde iria transferir-se para o Rio de Janeiro na época em que houve uma grande migração de baianos para a então capital do Brasil.

Sua mãe Maria Bibiana do Espírito Santo, mais conhecida como Mãe Senhora era descendente da tradicional família Asipa, originária de Oyo e Ketu, importantes cidades do império Yoruba. Sua trisavó, Sra. Marcelina da Silva, Oba Tossi, foi uma das fundadoras da primeira casa de tradição nagô de candomblé na Bahia, o Ilê Ase Aira Intile, depois Ilê Iya Nassô. Sua esposa Juana Elbein dos Santos, é antropóloga e companheira em todas as suas viagens pelo exterior, aos países da África, Europa e Américas, de grande importância pelos intercâmbios e experiências adquiridas, e que irão contribuir significativamente para os desdobramentos institucionais de luta de afirmação da tradição afro-brasileira e pelo respeito aos direitos à alteridade e identidade própria. Sua filha Inaicyra Falcão dos Santos é cantora lírica, graduada em dança pela Universidade Federal da Bahia, professora doutora, pesquisadora das tradições africano-brasileiras, na educação e nas artes performáticas no Departamento de Artes Corporais da Unicamp.

Eunice de Souza (Mãe Dango de Hongolo)


Mãe Dango de Hongolo - Eunice de Souza - foi criada em Belo Horizonte - MG, no seio de uma família negra. É descendente dos escravos que chegaram no último navio negreiro a aportar na Bahia. Seu avô, João Pereira de Souza, também mineiro de São João del-Rei, onde a família adotou o sobrenome de origem portuguesa que pertencia originalmente aos senhores da fazenda onde trabalhavam.

Seu pai, Antonio de Souza, trazia consigo as tradições africanas, o conhecimento das ervas e das curas, sendo conhecido como "Banzu", que significa "O Grande Pássaro Negro". O sr. Antonio faleceu quando sua filha Eunice tinha apenas 7 anos. Nessa época, a viúva Maria Pereira de Souza converteu-se à Igreja adventista, local onde Eunice de Souza foi batizada e casou-se.

Em 1970, mudou-se com o marido e os filhos para Campinas - SP, onde travou seus primeiros contatos com as religiões afro. Sua primeira experiência com a espiritualidade enquanto religião aconteceu em 1972, quando conheceu a Madrinha Maria Santos de Lima, que através de seus guias afirmou que sua suposta doença mental era ocasionada por sua mediunidade, e teria uma grande missão espiritual pela frente. Em pouco tempo já tinha a responsabilidade de administrar a tenda,que se chamava Tenda Espírita de Umbanda Caboclo Boiadeiro Sete Flechas, cargo esse que lhe foi outorgado pela "Madrinha Maria Santos de Lima", que mudou-se para Goiânia - Go e deixou para Eunice a função de continuar seu trabalho.

Em 1974, a sede do terreiro mudou-se do Bairro Cambuí, onde funcionara até então, para a Rua Serra Negra no Jardim Campos Elíseos, onde passou a chamar-se Tenda de Umbanda Cabocla Jurema de Tawamin.

Do Jardim Campos Elíseos, a tenda mudou-se para a Vila Costa e Silva e de lá para o Jardim Novo Anglo, onde Madrinha Eunice já tinha a intenção de começar a atuar no candomblé, por necessidade de aproximar-se ainda mais da cultura de seus ancestrais. Tal coisa não seria possível na Vila Costa e Silva, devido ao preconceito da vizinhança.

No Jardim Novo Anglo, em 1984, depois de algum tempo de Umbanda, Madrinha Eunice iniciou-se no candomblé, tornando-se então Mãe Dango de Hongolo, filha de Mam'etu Munukaia de Kafundeji, em Mongaguá - SP, cujas raízes eram do candomblé de Nação Angola de Joãozinho da Goméia. Desde então, foram vários anos de dedicação à tradição dos Nkisis, dentro e fora do terreiro, participando de vários rituais do Candomblé e lutando pelo seu reconhecimento pela sociedade. Tornou-se bastante conhecida pelo seu trabalho como Mam’etu ria Nkisi e como lutadora pelos direitos negros.

Mãe Dango de Hongolo é uma das grandes divulgadoras do Candomblé, tendo trazido para Campinas, juntamente com Mãe Corajacy, a Lavagem das Escadarias da Catedral que se realiza anualmente no Sábado de Aleluia desde 1986. Vale ressaltar que, fora do Estado da Bahia, Campinas foi a primeira cidade a celebrar esse ritual no Brasil, tornando pública a existência do culto à Tradição dos Nkisis nesta região. Esse evento faz parte do calendário oficial cultural de Campinas tendo sido aprovado em projeto de lei em 1997.

Mãe Dango é uma das criadoras do Projeto Candeias que busca resgatar a memória das religiões negras em Campinas e região, para a futura divulgação em escolas e outras entidades, com o objetivo de diminuir o medo e o preconceito em relação às crenças de origem africana e sua plena aceitação e respeito pela sociedade brasileira.

Custódio Joaquim de Almeida (Orincipe de judá)


José Custódio Joaquim de Almeida, Príncipe de Ajudá ( -1936) segundo diversas publicações no Rio Grande do Sul que são objeto de estudos, foi um dirigente tribal africano, exilado no Brasil, onde se tornou famoso como curandeiro e líder religioso.

Ninguém sabe como e nem em que circunstâncias, ao final do século XIX este príncipe governante deixou São João Batista de Ajudá, no Dahomey (hoje República de Benim), no passado um dos principais entrepostos de escravos para o Brasil, mas o certo é que ele partiu ante a promessa solene dos Ingleses de que o seu povo não sofreria o que haviam sofrido os grupos vizinhos ante a violência dos Alemães e Franceses.

Os portugueses, antes senhores da região, tinham se contentado com uma parte da Guiné e com as Ilhas de São Tomé e Príncipe cedendo as suas fortalezas. As condições para que o Príncipe de Ajudá não oferecesse qualquer resistência aos invasores, além do respeito à vida dos seus súditos, era a de que se exilasse e jamais voltasse aos seus domínios. E, como parte do convênio, a Grã-Bretanha se comprometia a fornecer-lhe uma subvenção mensal paga em qualquer parte do mundo onde escolhesse residir, por intermédio dos seus representantes consulares.

Por qual motivo o exilado escolheu o Brasil, não se sabe. Talvez por haver aqui grande número de descendentes dos escravos nativos da Costa da Mina - os chamados "pretos-mina" - ou outra qualquer razão. A sua chegada ao país foi assinalada como tendo acontecido em 1864, dois anos depois de ter deixado Ajudá. Inicialmente, fixou-se em Rio Grande. Mais tarde, foi para o interior de Bagé, onde ficou conhecido por manter viva a tradição religiosa do seu povo - com a prática do que agora se conhece como Batuque - além de mostrar conhecimentos das propriedades curativas da flora medicinal brasileira, atendendo a muita gente doente que o procurava, tratando de minorar-lhes os males por meio de ervas e rezas dos ritos africanos.

De Bagé mudou-se para Porto Alegre, onde chegou em 1901, com 70 anos de idade. Foi morar no atual Bairro Cidade Baixa, na Rua Lopo Gonçalves, nº 498, cujos fundos davam para a Rua dos Venezianos (hoje Joaquim Nabuco), mas logo que o Príncipe - que havia adotado o nome brasileiro de Custódio Joaquim de Almeida - ali se instalou, passou a rua a ser preferida pela gente de cor que procurava com isso acercar-se do homem que incontestavelmente, era um líder de sua raça.

O Príncipe Custódio - como então era chamado - iniciou ali uma nova etapa de sua aventurosa vida, cercando-se em Porto Alegre de um aparato digno de um verdadeiro fidalgo.

A família do príncipe de Ajudá aos poucos foi crescendo e não demorou a atingir o número de 26 pessoas, sem contar os empregados em boa quantidade.

Os fundos da casa onde morava serviam como sua coudelaria, pois possuía nada menos do que nove cavalos de raça - alguns importados da Inglaterra - os quais todos os domingos disputavam corridas. Para manter e cuidar esses animais havia um grupo selecionado de empregados, jóqueis, etc., sob a supervisão direta do Príncipe, que se classificava como "tratador".

O Príncipe Custódio tinha oito filhos, três homens e cinco mulheres (atualmente ainda estão vivos um homem - Dionísio Joaquim Almeida, funcionário aposentado da EBCT - em Porto Alegre, e duas senhoras, uma residindo no Rio de Janeiro e outra em São Paulo) e para esses oito filhos, quando pequenos, mantinha quatro empregados, um para cada dois.

Seus conhecimentos de idioma português não eram muito corretos, porém podia expressar-se fluentemente em inglês e francês, além de falar ainda vários dialetos das tribos africanas que havia governado.

As festas que promovia periodicamente em sua casa - notadamente na data de seu aniversário - duravam três dias com a casa sempre cheia de gente, da manhã à noite, quando se comia e se bebia do bom e do melhor, ao som dos tambores africanos que batucavam sem parar naquelas setenta e duas horas. Nesses dias, o Príncipe recebia a visita da gente mais ilustre da cidade, inclusive do presidente do Estado, Borges de Medeiros que, conhecendo a ascendência daquele homem sobre a população de cor, ia felicitá-lo, talvez mais por motivos políticos do que por outra coisa.

Naquelas festividades era certo o comparecimento de senhoras e cavalheiros da melhor sociedade porto-alegrense, além de capitães da indústria e comércio que dele precisavam o apoio para o perigo de greves e outras imposições. As mais finas bebidas eram importadas diretamente da Europa, especialmente para aquelas ocasiões especiais, embora elas nunca faltassem à mesa do príncipe exilado.

A casa do príncipe vivia sempre lotada de gente, de visitantes e de pessoas que ele encontrava nas ruas e lhe pediam auxílio. Mandava essas pessoas embarcarem na carruagem em que estivesse e as levava para a sua residência onde sempre havia lugar para mais um. Todos ali ficavam até que quisessem ir embora. Entre os que viveram muito tempo junto ao príncipe estava um branco, descendente de alemães oriundo de São Sebastião do Caí, que tinha feito estudos de Medicina e dessa maneira o auxiliava no atendimento aos doentes que continuamente o procuravam em busca dos remédios e dos "trabalhos" religiosos.

Para os rigores do inverno o Príncipe Custódio adotou o poncho gaúcho, embora não dispensasse o gorro que marcava a sua personalidade, não o deixando nem quando visitava o Palácio Piratini onde sempre era bem vindo e onde havia ordens superiores de bom atendimento, e onde ele muitas vezes usava o seu prestígio para conseguir alguma coisa que lhe fosse solicitada por qualquer membro de sua comunidade.

Durante todos os anos em que viveu em Porto Alegre - 31 ao todo - nunca manteve correspondência ostensiva com parentes ou amigos deixados em terras africanas. De lá recebia informações e daqui envia notícias suas em mãos por intermédio de marítimos que tripulavam vapores vindos à nossa metrópole transportando e levando mercadorias. Também nunca se soube o teor dessas correspondências. De incentivo ao seu povo para uma possível rebelião não era. Pois ele sabia ser isso humanamente impossível. Além disso, a Inglaterra, em todo o longo período do seu exílio, sempre cumpriu religiosamente o que fora estipulado. Mensalmente o consulado britânico local entregava-lhe um saquinho cheio de libras esterlinas, cuja troca em mil-réis servia para manter a pequena corte da Rua Lopo, a família numerosa, os agregados, os empregados, e ainda serviam àqueles que o procuravam nos momentos de aperturas financeiras.

No verão, em janeiro, o programa era conhecido. Ia todo mundo para a casa de propriedade de Custódio Joaquim de Almeida, na Praia de Cidreira. A viagem para o velho balneário era qualquer coisa de sensacional e folclórico. Embora fosse dono de carruagem e tivesse dinheiro para alugar quantas diligências quisesse, o príncipe gostava de viajar em carretas puxadas por bois na maior calma e na mais incrível lentidão. E ainda mais: a viagem era feita por etapas em ritmo de passeio, parando em muitos lugares onde ele era sempre esperado com festas e cerimônias religiosas africanas, muita comida e muita bebida, pois todos sabiam que tudo seria pago pelo viajante ilustre. Dessa maneira nunca o trajeto de Porto Alegre a Cidreira era feito em menos de uma semana. Quando eram gastos apenas cinco dias, considerava-se um recorde de velocidade.

Com as carretas de transporte dos passageiros seguiam outras carregadas de mantimentos, inclusive muitos sacos de milho e dezenas de fardos de alfafa, aos cuidados dos empregados, pois os cavalos de corrida do príncipe também iam aos banhos de mar. Isso, ele como treinador e tratador, fazia questão fechada.

A maior festa que a Cidade Baixa já viu foi quando Príncipe Custódio completou cem anos de idade. Nesse dia muita gente "bem" foi abraçá-lo em sua casa, e ele, dando demonstração de sua vitalidade exuberante, montou a cavalo sem receber qualquer ajuda. Aliás, isto ele fez até poucos dias antes de sua morte, quatro anos depois.

No dia 26 de Maio de 1936 morreu o Príncipe Custódio aos 104 anos de existência. Seu velório e seu enterro, atendendo ao pedido expresso do morto, foi feito dentro das tradições africanas com muito batuque e muitos "trabalhos", em intenção do morto.

Com ele desapareceu uma das figuras mais impressionantes e esquisitas da nossa cidade, e muita gente ficou desamparada, pois a subvenção paga mensalmente em libras pelo governo inglês extinguiu-se com a morte do príncipe de Ajudá.

Cristovão de Ogunjá (Ogun Anauegi)


Cristovão Lopes dos Anjos, (? 1902 — Bahia, 23 de setembro de 1985) Cristovão de Ogunjá (Ogun Anauegi) ou Cristovão do Pantanal como era mais conhecido. Babalorixá do Candomblé da Nação Efan ou Efon, sua casa era no Rio de Janeiro em Duque de Caxias, no bairro do Pantanal, era descendente do Terreiro do Oloroke, em Salvador, Bahia.

Cassiano Manuel de Lima

Cassiano Manuel Lima foi um babalorixá do Candomblé era o pai de Hilda Dias dos Santos (mãe Hilda Jitolu). Seu terreiro era localizado na Caixa d'Água.

Cassiano Manuel morreu no bairro de Brotas, em Salvador em 14 de dezembro de 1944.

Cantulina Garcia Pacheco (Mãe cantu)


Cantulina Garcia Pacheco (Salvador, 16 de março de 1900 — 27 de junho de 2004) foi uma mãe de santo brasileira.

Conhecida como Mãe Cantu - Ayrá Tolá ou Tia Cantu - Ayrá Tolá, nasceu na Mouraria, em Salvador. Foi iniciada no Ilê Axé Opô Afonjá de São Gonçalo do Retiro - Salvador por Mãe Aninha em 6 de junho de 1936, era de Ayrá, um dos Orixás da família de Xangô. Era neta de Joaquim Vieira da Silva, Obá Sanyá, Tio Joaquim.

Foi Iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá, em Coelho da Rocha, bairro do Município de São João de Meriti, no Rio de Janeiro, sucedendo sua irmã Agripina de Souza, Obá Deyí, nos destinos dessa importante casa no Rio de Janeiro. Mãe Cantú, também, foi conselheira de Mãe Stella de Oxóssi, ocupando o cargo de Iyá Egbé, no Axé Opô Afonjá de Salvador. O referido cargo lhe foi dado por sua Iyalorixá, Mãe Aninha.

Ápio Patrocínio da Conceição (Camafeu de Oxóssi)


Ápio Patrocínio da Conceição mais conhecido como Camafeu de Oxóssi - (Salvador, 4 de outubro de 1915 - 1994), filho de Faustino José do Patrocínio e Maria Firmina da Conceição, nasceu no bairro do Gravatá, em Salvador, Bahia. - Mestre de capoeira, foi presidente do Afoxé Filhos de Gandhi no período de (1976 a 1982) e Obá de Xangô, Osi Obá Aresá no terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, ao lado de Carybé, Dorival Caymmi e Jorge Amado, tinha três barracas no Mercado Modelo, ganhou o restaurante de presente do então prefeito Antônio Carlos Magalhães.

Uma História Oral do povo de Candomblé e de Salvador: "Um camafeu era e ainda é uma jóia usada pelas senhoras da sociedade para prender a gola de seus vestidos. Geralmente esse broche tinha como principal atrativo uma figura em relevo do rosto de uma senhora ou do seu esposo. Havia um comerciante que se chamava Ápio, que era filho-de-santo do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, e era de Oxóssi, no sincretismo religioso o orixá da caça, da mata e da fatura. Era então conhecido como tal. Um dia passeando com amigos pelo Pelourinho, tropeçou e quando caiu viu um broche lindo, o tal camafeu. Gostou tanto que os amigos o apelidaram de Camafeu de Oxóssi e assim surgiu o nome do seu restaurante o bom e agradável Camafeu de Oxóssi, cozinha típica e internacional, hoje de outro comerciante, mas mantendo sempre a tradição baiana."

Quando Camafeu de Oxossi morreu em 1994 no seu enterro estavam presentes Mestres de Capoeira, muitos babalorixás e Iyalorixás do Candomblé, ele era Obá de Xangô do Ilê Axé Opô Afonjá, cargo honorífico dado a pessoas especiais. Entre os babalorixás presentes estava Luís da Muriçoca cantando cantigas fúnebres em yorubá.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Caetana América Sowzer (Lajuomim)


Caetana América Sowzer Lajuomim, (Salvador, 1910 - 1993) era bisneta de Rodolfo Martins de Andrade - Bangboshê Obitikô, neta de Maria Julia Andrade Sowzer, filha de Felisberto Sowzer, foi Iyálorixá e fundadora dos terreiros Ilê Axé Lajuomim e Terreiro Pilão de Prata, Salvador.

A Iyalorixá Caetana América Sowzer Bangboshê ou Mãe Caetana como era mais conhecida teve seu rosto esculpido em bronze com o título Mãe preta, encontra-se em frente ao Terreiro Pilão de Prata, Praça Mãe Preta, Boca do Rio, entre a Rua Estrada do Curralinho e Rua do Caxundé, em Salvador.

Balbino Daniel de Paula


Balbino Daniel de Paula ou Balbino de Xangô ou Obarain - é o babalorixá do Ilê Axé Opô Aganjú, em Lauro de Freitas, Bahia.

Foi iniciado por Mãe Senhora do Ile Axe Opo Afonjá, um dos maiores conhecedores de sua religião. Fez inúmeras viagens à África (Benin e Nigéria) para aperfeiçoar seus conhecimentos. Foi incentivado e acompanhado por Pierre Fatumbi Verger, para abrir seu próprio Terreiro em Lauro de Freitas.

Descendente da tradicional família Manoel Antonio Daniel de Paula (seu avô), responsável pelo culto dos Eguns, foi também por isso iniciado no culto dos Eguns, ou Ancestrais.

Participou de vários seminários no exterior, de exposições sobre o Candomblé, sendo que a mais recente foi na Alemanha com o titulo de Black Gods in Exile.

As festas em seu Terreiro em homenagem aos Orixás, são famosas pelo rigor da liturgia e beleza.

Aristide Oliveira Mascarenhas

Aristide Oliveira Mascarenhas (Salvador, 31 de maio de 1956) é um babalorixá do Candomblé do terreiro Ilê Axé Ajagunã, em Lauro de Freitas, na Bahia.

É filho de Nelson Oliveira Mascarenhas e Carmelita Flores Mascarenhas, iniciada pela Iyalorixá Alice Ruas e Olegário Daniel de Paula (Ojé do Terreiro Ilê Agboulá em Ponta de Areia - Ilha de Itaparica).

Tornou-se Pai Ari no Terreiro Balé Ominguirã, iniciado por Lídio José Mascarenhas e Honorina de Ossaim (do Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá) em 8 de janeiro de 1970.

Pai Ari tem, hoje, cerca de 400 filhos iniciados no Brasil e em países como a Argentina e os Estados Unidos da América.

Anselmo José da Gama Santos


Anselmo José da Gama Santos Tata Dya Nkisi Minatoji, sacerdote do Candomblé Bantu nascido no dia 19 de fevereiro de 1955 em Realengo na Cidade do Rio de Janeiro antigo Estado da Guanabara.

Décimo terceiro filho de Severino José dos Santos e Amália Lopes da Gama Santos, formadores de uma família de classe média, foi educado dentro dos padrões católicos da época. Aos dezesseis anos foi trazido para a Bahia por familiares que vieram viver na Cidade do Salvador. Seu primeiro contato com as religiões de matriz africana se deu ainda no Rio de Janeiro através de visitas a um Terreiro de Umbanda de pessoas amigas, entretanto sua proximidade maior aconteceu em Salvador na casa de Dona Mariá na Ladeira do Paiva no Bairro da Caixa D’água. Ali começou definitivamente um convívio bem próximo dos Caboclos e Bakisi. Eram idos de 1970 e como todo adolescente Anselmo gostava de passear, ir a festas porém, tinha responsabilidade com seus estudos, nesta época estudava na Escola Técnica Federal da Bahia, atual CEFET.

Quando o cerco começou a apertar para que ele fosse iniciado no Candomblé, a inexperiência, o medo do desconhecido e a falta de conhecimento religioso do Candomblé fizeram com que ele regressasse ao Rio de Janeiro na esperança de que a distância fizesse com que suas manifestações não mais acontecessem.

Chegando no Rio de Janeiro, em 1974, tal não foi sua surpresa quando se viu envolvido com o Candomblé novamente e deste envolvimento resultou seu processo de iniciação no Candomblé de Angola no Abaçá de Kavungo na casa de Maria Magdalena de Paiva Lopes (falecida), onde o nkisi Dandalunda (para qual ele foi iniciado) deu o seu nome no dia 16 de agosto de 1975.

Retornando a Bahia no ano de 1980, teve um significativo encontro com a Mameto dya Nkisi Altanira Maria da Conceição Souza (Mãe Mirinha de Portão). Ali se consolidou a sua vida religiosa através da obrigação de sete anos e da proximidade que aconteceu entre a sacerdotisa e ele, gerando uma relação de amor maternal muito grande e gerando também uma cumplicidade ímpar.

A partir daí Anselmo se engaja pelo mundo estudantil fazendo o vestibular para o curso de Secretariado Executivo da Universidade Católica do Salvador, começando a cursar no ano de 1985 desenvolvendo diversas atividades na política estudantil tornando-se Presidente do Diretório Acadêmico do Curso de secretariado Executivo.

Neste período Anselmo já demonstrava com ações sua preocupação com a qualidade de vida dos soteropolitanos fundando em 1993 a Associação Beneficente Pena Dourada que desde então vem desenvolvendo Projetos Sociais em beneficio da comunidade do loteamento Vila Dois de Julho e adjacências.

Passados quase sete anos do desaparecimento de Mãe Mirinha de Portão e obedecendo a orientação dos Bakisi, Anselmo funda o Terreiro Mokambo - Onzó Nguzo za Nkisi Dandalunda ye Tempo, em 18 de janeiro de 1996, pelas mãos do seu Tata Kamukengue Sr. Gervásio da Silva (Pai Zequinha) que era o Tata Pokó do Terreiro São Jorge Filho da Goméia, servindo a Mameto Mirinha de Portão e a seu Nkisi Mutalombô, desenvolvendo além dos trabalhos religiosos, atividades muito importantes de interferência na Comunidade da Vila Dois de Julho, trazendo-lhes grandes benefícios sociais e dando visibilidade a cultura Bantu, que por anos afora tem sido deixada no ostracismo sem o devido valor que a história do Brasil e da Bahia lhe reservaram.

Álvaro Pinto de Almeida Sobrinho


Álvaro Pinto de Almeida Sobrinho ( - 21 de julho de 2008) mais conhecido como Alvinho de Omolu por ser branco. Babalorixá do Candomblé, filho de Cristóvão D´Ogun no Terreiro do Pantanal na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. Sua raiz se expande por Maria do Violão de Oloke, e Tio Firmo de Oxum.

Iniciado aos 20 anos, no dia 22 de maio de 1954, para o Orixá Omolú, Pai Alvinho, raspou em toda a sua vida, mais de 4.000 filhos de santo, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Belo Horizonte.

Regressou ao Orun, no dia 21 de Julho de 2008, às 21:00, vítima de um infarto.

Vale ressaltar que Pai Alvinho era da raiz Efón, cuja nação oriunda do Ekiti-Efón na África. Pai alvinho foi um grande Babalorixá do Axé Efón (Efán).

Altamira Cecília dos Santos


Altamira Cecília dos Santos mais conhecida como Mãe Tatá Oxum Tomilá - filha legítima de Maria Deolinda, é a oitava Iyalorixá do Candomblé da Casa Branca do Engenho Velho auxiliada pela Iyakekerê Juliana da Silva Baraúna e Otun Iyakekerê, Iyatebexê e Iyaodé Areonite da Conceição Chagas.

Altair Bento de Oliveira

Altair Bento de Oliveira, mais conhecido como T'Ògún, babalorixá do Candomblé, iniciado em 3 de outubro de 1966 pelo babalorixá Carlos Gonzaga (Carlos de Obalúwàiyé), em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, teve sua saída de Orúko em 22 de outubro de 1966 na nação Kétu.

Além de babalorixá, é pesquisador e estudioso da cultura Afro-brasileira, Cultura Negra Yorùbá, de suas linguagens e costumes.

Agenor Miranda Rocha


Agenor Miranda Rocha, o Pai Agenor, (Luanda, Angola, 8 de setembro de 1907Rio de janeiro, 17 de julho de 2004) foi um babalorixá do Candomblé.

Foi iniciado aos cinco anos de idade por Mãe Aninha, Iyalorixá fundadora dos terreiros Axé Opô Afonjá de Salvador e do Rio de janeiro.

Era professor catedrático aposentado do Colégio Pedro II, estudioso e adivinho do Candomblé, o brasileiro que mais conheceu a herança e a Cultura Afro-brasileira.


Alexandre Cheuen





ALEXANDRE CHEUEN, foi iniciado em 8 de abril de 1989 para Logun Edé pela iyalorisá Delzuite d´Ogun, que se iniciou com Lourdes de Omolu que era filha de Rafael Boca Torta - Origem Jeje Modobi
Por motivos particulares, seguiu um outro rumo e tomou todas as obrigações com Marcos de Oyá, que é filho do Babá Paulo da Pavuna que por sua vez se iniciou com iyá Theodora de Yemonjá que se iniciou com Iyá Cotinha de Yewá que era filha do Babá Antonio de Osumarè, primeiro babalorisá da Casa de Osumarè (BA), que foi fundada pelos Babás Talabi e Salakó.
Babalorisá da Ilé Asè Igbà Omi - que foi fundada em 28 de janeiro de 1998 por seu Babalorisá Marcos de Oyá e funciona na Avenida Fagundes Varela, lote 2 quadra 10 - Jardim Paraíso - São João de Meriti. Telefone 2752 8170 - 7842 6917.



Waldomiro Costa Pinto (Waldomiro Baiano)


Waldomiro Costa Pinto, (13 de Dezembro de 1928 - 21 de fevereiro de 2007), conhecido como Waldomiro de Xangô ou simplesmente Baiano, apelido que ganhou no Rio de Janeiro em razão da sua origem baiana: Waldomiro foi iniciado pelo babalorixá Cristóvão de Ogun, filho de santo de Dona Maria da Paixão, também conhecida por Maria de Oloroke. Dona Maria e seu marido, Tio Firmo ou Baba Erufa, ambos ex-escravos, foram os fundadores do Axé Oloroke, tradicional terreiro da nação Efon em Salvador, Bahia. Na década de 70 passou a fazer parte da nação Ketu ao tomar suas obrigações com Mãe Menininha do Gantois. Tornou-se um dos principais difusores do candomblé da matriz Ketu nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo a partir da década de 80. Era um babalawo-orixás (Babalorixá que é ao mesmo tempo um Babalawo) mais antigos do Brasil.

Conhecido também como Baiano de Xangô, fundou na década de 40 o Ilê Babá Ogún Megégé Axé Barú Lepé (casa de candomblé de Xangô), conhecida também por terreiro de Santo Antonio dos Pobres ou mais popularmente entre os adeptos da religião como o terreiro do Parque Fluminense, na Baixada fluminense, cidade do Rio de Janeiro. Atualmente o terreiro encontra-se em processo de tombamento pelo Ministério da Cultura. Após o falecimento de Waldomiro de Xangô, seu neto Sandro de Oxalá foi empossado como sucessor do terreiro do Parque Fluminense.

Adilsom Antônio martins

Adilsom Antônio martins, Awó Omó Odu Ogbebara, Adilsom de Oxalá, apesar de brasileiro, foi iniciado como Awófakan pelo Babálawó Sumo Sacerdote Cubano, Rafael Zamora Diaz Ogunda Kete.

Livros:

* Lendas de Exu, Pallas, Rio de Janeiro, 2006 ISBN 853470384-1
* Igbadu: a cabaça da existência, mitos nagôs revelados. Pallas, Rio de Janeiro, 1998, 2005, ISBN 8534702632
* 666 Ebós de odu para todos os fins, Pallas, Rio de Janeiro, 2002 ISBN 8534703116